Para o nascimento do Menino-Deus, se fazia necessário uma mãe, mas não se tratava simplesmente de uma “barriga de aluguel”, claro que não! Uma boa mãe, uma mulher de virtudes, foi o que Deus buscou e encontrou na Virgem Maria, uma mulher piedosa, simples, e disposta a fazer a Sua vontade. O Cardeal François Xavier Van Thuan, que viveu no Vietnã e ficou 13 anos preso injustamente por conta do ditadura em seu país e chegou a pregar um retiro para o Papa João Paulo II, gostava de definir Nossa Senhora em 3 palavras do latim: “Ecce”(Lc 1,38), “Fiat”(Lc 1,38) e “Magnificat”(Lc 1,46).
Ecce! – Eis a escrava do Senhor! Maria se coloca a disposição de Deus e de sua obra, é dessa forma colabora com a salvação do mundo, pois, através de Maria, o verbo se fez homem.Maria então nos ensina a nos colocarmos a disposição do Senhor.Nós somos convidados a ser Igreja, a viver e servir a Igreja, então é necessário dizer “ecce” –Eis aqui o servo(a) para servir a Tua Igreja. Maria consagra a sua vida ao serviço do reino.
Fiat!-Faça- se a Tua vontade. Maria, sobretudo é humilde. Não quer realizar seus desejos, para ela basta servir. Talvez Nossa Senhora tivesse seus planos, seus desejos como qualquer outra jovem, mas a partir do Momento que Deus a chama, ela não pensa duas vezes, diz sim e aceita “Tua vontade” (Lc 1,38), vontade de Deus. Maria é mãe da Obediência. Ela nos ensina que precisamos ser obedientes, ensina-nos a ser fiéis. É importantíssima a nossa fidelidade dentro da Igreja. Pelo nosso batismo já fazemos um compromisso, e quando mergulhamos ainda mais na comunidade, vamos comprometendo-nos com Paróquia, com as pastorais e, sobretudo com as pessoas. Mas não podemos perder a nossa fidelidade a Deus, e o desejo de cumprir aquilo que Ele pede, pois quando queremos fazer “nossa vontade” dentro da Igreja e não a conseguimos nos frustrarmos, e podemos ser tentados a desistir.
Magnificat! A minha alma engrandece o Senhor. Nossa Senhora sabe reconhecer a graça de Deus na sua vida. Maria com o canto do Magnificat exalta a obra de Deus e o coloca como centro. Maria não vem para ocupar o lugar de Deus, ou para “reinar” ao seu lado. Outra virtude que se destaca é que Maria é humilde, e ela faz questão de colocar o Senhor como centro, como único Deus e salvador. Maria nos leva ao Cristo, principalmente quando nos sentimos distante de Deus, devemos recorrer ao auxílio da mãe, assim como fazem as crianças que logo correm para os braços da mãe. Maria como qualquer outra mãe, se preocupa com cada um de nós. Maria é exemplo de fidelidade, permanecendo com Cristo até a cruz.
São João Bosco dizia que devemos pedir três graças para Maria: a primeira é pedir para evitar o pecado mortal, pois ele ofende a Cristo e nos faz perder o céu.
O segundo é pedir a virtude da pureza, pois Maria foi um grande exemplo de pureza, permanecendo Virgem durante toda a sua vida, e a terceira graça é a de nos afastar daqueles quem tem conversas obscenas, pois tais conversas ofendem a Cristo e a virtude da pureza. Ela intercederá a Cristo, como fez em Caná da Galiléia(cf Jo 2,3).
É necessário estar próximo dessa tão boa Mãe, e podemos estar aprendendo todas essas virtudes e recebendo graças dela com as nossas devoções: A oração do Angelus, o santo terço, a ladainha, entre outras devoções marianas, que nos tornará cada vez mais filhos de Nossa Senhora e ela nos irá ensinar a amar cada vez mais o seu filho Jesus.
Escrito Por: Raylson Araujo
Equipe Missionária Católica Madeiro Da Cruz
' Eu sou do meu Amado, e o meu Amado é meu ' (Cant 6,3)
sexta-feira, 14 de março de 2014
sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014
Das Cartas de São Pedro Damião, bispo. Séc XI
ESPERA CONFIANTE A ALEGRIA QUE VÊ DEPOIS DA TRISTEZA
Pediste-me caríssimo, que te escreveste palavras de consolação, a fim de reconfortar teu ânimo amargurado por tantos golpes dolorosos.
Mas se tua prudência e sensatez não estiverem adormecidas, a consolação já chegou. Na verdade, as próprias palavras mostram, sem sombra de duvida, que Deus te está te instruindo como a um filho, para alcançares a herança. É o que indicam claramente essas palavras:
“Filho, se decidires servir ao Senhor, permanece na justiça e no temor, e prepara tua alma para a provação” (Eclo 2,1-2).
Onde existe o temor e a justiça, a prova de qualquer adversidade não é tortura de escravo, mas antes correção paterna.
Pois até o santo Jó, quando diz no meio dos flagelos da infelicidade:
“Quem dera que Deus me esmagasse, estendesse a sua mão e pusesse fim a minha vida” (Jó 6,9), imediatamente acrescenta: “É este o meu consolo, porque me atormenta com dores e não me poupa” (Jó 6,10).
Para os eleitos de Deus os castigo divino é consolação, porque através das tribulações passageiras que suportam se fortalecem na firme esperança de alcançar a glória da felicidade eterna.
O artesão bate o ouro com o martela para retirar os resíduos de impureza; a lima raspa muitas vezes para que os veios do metal brilhante cintilem com maior fulgor.
“Como o forno prova os vasos do oleiro, é na tribulação que são provados os homens justos” (Eclo 27,5).
Por isso diz também São Tiago: “Meus irmãos, quando deveis passar por diversas tribulações, considerai isso motivo de grande alegria” (Tg 1,2).
Sem duvida, é justo que se alegrem aqueles que nesse mundo suportam a tribulação passageira por causa de seus pecados, mas que, pelo bem praticado, tem guardado para si uma recompensa eterna no Céu.
Por isso, irmão muito querido, enquanto és atingido pelos golpes da desgraça, enquanto és castigado pelos açoites da correção divina, não te deixes abater pelo desalento, não te queixes nem murmures, não fiques amargurado pela tristeza, nem te impacientes pela fraqueza de ânimo. Mas conserva sempre a serenidade em teu rosto, a alegria em teu coração, a ação de graças em teus lábios.
De fato, é preciso louvar a providência divina que castiga os seus nesta vida, a fim de poupa-los dos flagelos eternos; abate para elevar, fere para curar, humilha para exaltar.
Portanto caríssimo, fortalece o teu espírito na paciência, com estes e outros testemunhos das Sagradas Escrituras e espera confiantemente a alegria que vem depois da tristeza.
Que a esperança dessa alegria te reanime, e a caridade acenda em ti o fervor, de tal modo que teu espírito, santamente inebriado, esqueça os sofrimentos exteriores e anseie com entusiasmo pelo que contempla interiormente.
Pediste-me caríssimo, que te escreveste palavras de consolação, a fim de reconfortar teu ânimo amargurado por tantos golpes dolorosos.
Mas se tua prudência e sensatez não estiverem adormecidas, a consolação já chegou. Na verdade, as próprias palavras mostram, sem sombra de duvida, que Deus te está te instruindo como a um filho, para alcançares a herança. É o que indicam claramente essas palavras:
“Filho, se decidires servir ao Senhor, permanece na justiça e no temor, e prepara tua alma para a provação” (Eclo 2,1-2).
Onde existe o temor e a justiça, a prova de qualquer adversidade não é tortura de escravo, mas antes correção paterna.
Pois até o santo Jó, quando diz no meio dos flagelos da infelicidade:
“Quem dera que Deus me esmagasse, estendesse a sua mão e pusesse fim a minha vida” (Jó 6,9), imediatamente acrescenta: “É este o meu consolo, porque me atormenta com dores e não me poupa” (Jó 6,10).
Para os eleitos de Deus os castigo divino é consolação, porque através das tribulações passageiras que suportam se fortalecem na firme esperança de alcançar a glória da felicidade eterna.
O artesão bate o ouro com o martela para retirar os resíduos de impureza; a lima raspa muitas vezes para que os veios do metal brilhante cintilem com maior fulgor.
“Como o forno prova os vasos do oleiro, é na tribulação que são provados os homens justos” (Eclo 27,5).
Por isso diz também São Tiago: “Meus irmãos, quando deveis passar por diversas tribulações, considerai isso motivo de grande alegria” (Tg 1,2).
Sem duvida, é justo que se alegrem aqueles que nesse mundo suportam a tribulação passageira por causa de seus pecados, mas que, pelo bem praticado, tem guardado para si uma recompensa eterna no Céu.
Por isso, irmão muito querido, enquanto és atingido pelos golpes da desgraça, enquanto és castigado pelos açoites da correção divina, não te deixes abater pelo desalento, não te queixes nem murmures, não fiques amargurado pela tristeza, nem te impacientes pela fraqueza de ânimo. Mas conserva sempre a serenidade em teu rosto, a alegria em teu coração, a ação de graças em teus lábios.
De fato, é preciso louvar a providência divina que castiga os seus nesta vida, a fim de poupa-los dos flagelos eternos; abate para elevar, fere para curar, humilha para exaltar.
Portanto caríssimo, fortalece o teu espírito na paciência, com estes e outros testemunhos das Sagradas Escrituras e espera confiantemente a alegria que vem depois da tristeza.
Que a esperança dessa alegria te reanime, e a caridade acenda em ti o fervor, de tal modo que teu espírito, santamente inebriado, esqueça os sofrimentos exteriores e anseie com entusiasmo pelo que contempla interiormente.
terça-feira, 3 de dezembro de 2013
Advento
Feliz Ano Novo!!!!!!
Não! Eu não estou ficando louco ainda rs. É que a partir deste domingo a Igreja inicia um novo ano litúrgico, se deu fim ao Ano liturgico C e agora no 1º Domingo do Advento se inicia um novo. Mais o que é o Advento??
O Advento (do latim Adventus: "chegada", do verbo Advenire: "chegar a") é o primeiro tempo do Ano litúrgico, o qual antecede o Natal. O Advento é o tempo de espera. É o tempo de preparação pra 2ª vinda de Nosso Senhor. A liturgia do Advento nos impulsiona a reviver alguns dos valores essenciais cristãos, como a alegria expectante e vigilante Aquele que vem como um ladrão (Mt 24,42) para julgar todos os povos e gentes voltará, e a Igreja, sua esposa, espera ansiosamente por sua volta triunfosa e se prepara, preparando também o coração de todo o povo eleito com o tempo do Advento.
Assim como outrora nos tempos de São João Batista em que se pregava o batismo de conversão, todo Homem e Mulher é chamado a mudança radical de vida para estar preparado a vinda de Cristo! Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas. Acrescenta São Lucas: «Todos os vales sejam levantados, todas as montanhas e colinas sejam abaixadas».
Com a vinda do Redentor, segundo a sua própria palavra, quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado (Lc 14,11). Pela fé no mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo feito homem (1 Tm 2,5), aqueles que n’Ele crêem receberam a plenitude da graça, enquanto os que se recusam a crer foram humilhados no seu orgulho.
Ouçamos o que nos diz o Papa Emérito Bento XVI:
O Advento exorta os fiéis a tomarem consciência desta verdade e de agirem consequentemente. Ressoa como um apelo saudável, na repetição dos dias, das semanas e dos meses: Acorda! Recorda que Deus vem! Não ontem, não amanhã, mas hoje, agora! O único Deus verdadeiro, "o Deus de Abraão, de Isaac e de Jacob", não é um Deus que está no céu, desinteressando-se por nós e pela nossa história, mas é o Deus-que-vem. É um Pai que nunca cessa de pensar em nós e, no respeito extremo pela nossa liberdade, deseja encontrar-nos e visitar-nos; quer vir, habitar no meio de nós, permanecer connosco. O seu "vir" é impelido pela vontade de nos libertar do mal e da morte, de tudo o que impede a nossa verdadeira felicidade. Deus vem para nos salvar."
( Trecho da homilia do papa Bento XVI durante a celebração das primeiras vésperas do 1º domingo do advento. Sábado, 2 de Dezembro de 2006)
( Trecho da homilia do papa Bento XVI durante a celebração das primeiras vésperas do 1º domingo do advento. Sábado, 2 de Dezembro de 2006)
SIGNIFICADO DAS VELAS DO ADVENTO
A coroa de advento
A coroa está formada por uma grande quantidade de símbolos:
A forma circular
O círculo não tem princípio, nem fim. É sinal do amor de Deus que é eterno, sem princípio e nem fim, e também do nosso amor a Deus e ao próximo que nunca deve terminar. Além disso, o círculo dá uma ideia de “elo”, de união entre Deus e as pessoas, como uma grande “Aliança”.
As ramas verdes
Verde é a cor da esperança e da vida. Deus quer que esperemos a sua graça, o seu perdão misericordioso e a glória da vida eterna no final de nossa vida. Bênçãos que nos foram derramadas pelo Senhor Jesus, em sua primeira vinda entre nós, e que agora, com esperança renovada, aguardamos a sua consumação, na sua segunda e definitiva volta. O ramos dos pinheiros permanecem verdes apesar dos rigorosos invernos, assim como os cristãos devem manter fé e a esperança apesar das tribulações da vida.
A fita vermelha
A fita e o laço vermelho que envolvem a grinalda simbolizam o Amor de Deus ou o próprio Espírito Santo a embalar toda criação que é remida com a chegada de Jesus.
As bolas
As bolas simbolizam os frutos do Espírito Santo que brotam no coração de cada cristão.
As quatro velas
As quatro velas da coroa simbolizam, cada uma delas, uma das quatro semanas do Advento5 . No início, vemos nossa coroa sem luz e sem brilho. Nos recorda a experiência de escuridão do pecado. A medida em que se vai aproximando o Natal, vamos ao passo das semanas do Advento, acendendo uma a uma as quatro velas representando assim a chegada, em meio de nós, do Senhor Jesus, luz do mundo, quem dissipa toda escuridão, trazendo aos nossos corações a reconciliação tão esperada. A primeira vela lembra o perdão concedido a Adão e Eva. A segunda simboliza a fé de Abraão e dos outros Patriarcas, a quem foi anunciada a Terra Prometida. A terceira lembra a alegria do rei Davi que recebeu de Deus a promessa de uma aliança eterna. A quarta recorda os Profetas que anunciaram a chegada do Salvador. O mais adequado é que todas as velas da coroa do Advento sejam roxas, com exceção de uma que pode ser rosa para lembrar o Domingo Gaudete.
Enfim, uma coisa é certa: O Senhor, Justo Juiz voltará para pedir contas de nossas obras enquanto vivemos nesta terra. Cabe-nos ouvir a Voz que clama no deserto e endireitar a nossa vida, abandonando-nos na infinita Misericórdia de Deus e esperançosos da Salvação Eterna!
Bruno de Jesus.
terça-feira, 5 de novembro de 2013
TODOS OS SANTOS, INCLUSIVE NÓS
Celebrar a solenidade de todos os santos é fazer memória daqueles que assumiram a participação na graça santificante de Deus, isso santo Agostinho ensina dizendo que “Deus quer fazer de nós outros deuses por participação sendo Ele por natureza”, purificando nossos corações e assemelhando-nos a Ele, “Todo o que espera n’Ele purifica-se a si mesmo, como também Ele é puro” (1 Jo 3,3). Pensando desta forma podemos entender o mandato de Deus a santidade: “Sede santos porque eu Iahweh sou santo, e como São Paulo ensina na carta aos Tessalonicenses que “a vontade de Deus é a vossa santificação” (1Ts 4,3). Portanto os santos são aqueles que ouvem o apelo de Deus na Sagrada Escritura, purifica-se no senhor que é “santo, santo e santo” (Is 6,3).
Quando Deus nos propõe esta participação de sua santidade é na verdade uma proposta a felicidade, uma nova opção, uma nova direção, um novo caminho, o caminho da “porta estreita que conduz a vida” (Mt 7,14), de uma “renovação de pensamento” (Rm 12,2), de mudança de conduta. A proposta de Deus é a felicidade que só n’Ele podemos alcançar.
Celebrar a solenidade de todos os santos é como festejar a nossa escolha por Deus, nossa decisão por Ele. Alguns religiosos quando professam os votos aos conselhos evangélicos (pobreza, obediência e castidade) mudam de nome, normalmente para o nome de algum santo, na festa litúrgica deste santo costuma-se dizer que este é o onomástico daquele religioso. Este dia é nosso, nosso onomástico, solenidade que nos une a comunidade bem-aventurada dos santos no Céu, fazemos isso nos lembrando da proposta de felicidade eterna do Senhor e de nossos compromissos batismais que é uma santa adesão e resposta positiva a esta proposta de vida.
O dia de todos os santos é o dia de lembrarmos do número quase incontável de santos e bem-aventurados liderados pela Rainha de todos os santos, mas não somente deles, é dia de lembrarmos de nós, batizados, que renunciamos o Demônio e suas obras e uma vez livres professamos a fé que da Igreja recebemos, razão de nossa alegria.
Não podemos esquecer que para sermos santos devemos ser mártires no dia a dia. O Senhor Jesus prometeu o Espírito Santo aos apóstolos dizendo que eles seriam “suas testemunhas” no mundo (Atos 1,8), a origem grega da palavra testemunho é martírio; o salmista diz que “Por causa de Deus que nos matam todo o dia e nos tratam como ovelhas de corte” (Sl 44,23); Jesus também disse que o “o Reino dos Céus pertence aos violentos” (Mt 11,12). Ou seja, não existe vida santa sem sacrifício.
Por fim, alegremo-nos nesta festa de todos os santos, alegremo-nos por sermos diferentes, alegremo-nos por “sermos chamados filhos de Deus” (1 Jo 3,1) e por pertencermos a Ele, como nos ensina o salmista na liturgia desta solenidade bendita: “Ao Senhor pertence a terra e o que ela encerra, o mundo inteiro e os seres que o povoam” (Sl 24,1), o mesmo salmo diz sobre nós, santos de Deus: “Esta é a geração dos que O procuram, dos que buscam Tua face, ó Deus de Jacó” (Sl 24,6).
O mundo precisa, como nunca antes precisou, dos santos, de nós santos, geração santa, “uma multidão imensa de gente de todas as nações, tribos, povos e línguas que ninguém pode contar” (Ap 4,9).
OU SANTOS OU NADA!
GUILHERME TELES - FUNDADOR
domingo, 8 de setembro de 2013
Qual a Criatura mais magnífica criada por Deus, a Virgem ou Lúcifer?
A palavra Lúcifer é originária do latim e significa "Estrela da Manhã". Ninguém deve estranhar que um ser ,maligno tenha um nome tão belo, pois foi o nome que o Pai dos anjos colocou na criatura ao cria-la. O certo é que este era seu nome antes de cair.
É preciso entender que a natureza mais magnifica criada por Deus foi a de Lúcifer. A Virgem se santificou dia a dia, com esforço. Ela, com o seu sacrifício, seus atos e a Graça de Deus, conseguiu ser a criatura mais magnifica. Mas sua magnificência não foi um ato da criação de Deus, e sim de santificação. Tanto, que a criatura mais magnífica que Deus criou foi a maior de todas as criaturas angélicas. Deus crisou Lúcifer magnífico em sua natureza, e ele se corrompeu. Deus criou Maria humilde em sua natureza, uma simples mulher e, portanto, inferior aos anjos, mas foi ela quem se santificou. Como se vê, há um grande paralelo entre ambas as figuras, mas um paralelo inverso:
- Uma delas é a criatura mais perfeita por natureza, a outra pela graça;
- Uma delas se corrompe, a outra se santifica;
- Uma delas quer ser rei e não servir, e, ao final, não é nada; a outra quer ser nada e servir e, no final, é Rainha.
- A primeira estrela caiu do firmamento angélico, a segunda estrela se elevou;
- A primeira estrela, que era espírito, caiu na Terra; a segunda estrela, que era corpo, ascendeu aos Céus;
- Lúcifer não quis aceitar o Filho de Deus feito Homem; a Virgem não somente O aceitou como O acolheu em seu ventre;
- Lúcifer era um ser espiritual que, finalmente, se tornou pior do que uma Besta (sem deixar de ser espiritual); ela era um ser material que finalmente se fez melhor do que um anjo (sem deixar de ser material) ;
- Lúcifer se bestializou; ela se espiritualizou.
Agora existe apenas uma estrela da manhã, que é a Virgem. Pois, ainda que a primeira estrela tenha caído, a segunda brilhou com a luz da graça, muito mais bela e intensamente que a primeira estrela, que brilhou somente com a luz de sua natureza.
Fonte: SVMMA DAEMONICA - PE. JOSÉ ANTONIO FORTEA
segunda-feira, 12 de agosto de 2013
DEUS É O SUPREMO ARTÍFICE DA HISTÓRIA
Muitos profissionais da arte tem suas obras eternizadas na história, e quando falo de arte penso em arte de todas as formas existentes e possíveis. Não é incomum encontrar relatos sobre estes artistas e estas obras, relatos de que suas inspirações foi um amor idealizado de alguém que eles sonhavam em conhecer e permanecer com este amor para sempre.
Interessante que também não é incomum ver nessas figuras repletas de idealizações ou modificações físicas: seja em esculturas onde imperfeições, segundo olhar e o critério de perfeito do próprio artista, são corrigidas pela sua própria vontade; seja em pinturas onde foi idealizado um amor não correspondido e até que não tenha nem mesmo passado da esfera da imaginação; uma bela música que exalta as virtudes e a beleza física e que ao mesmo tempo tenha sido omitido os defeitos da mesma.
Por qual motivo estou escrevendo tudo isso? Quando olhamos para Deus encontramos alguém que não se encaixa em nossos padrões de beleza, pois, nossos padrões são limitados para a grandeza de Deus e ultrapassamos a esfera do que é físico, abrimos o olhar e voltamos nossa atenção para o espiritual, até mesmo mais certo de existir do que aquilo que é visível. O filósofo Platão já sustentava este pensamento em sua hipótese do mundo das ideias. Mas não quero diminuir a Deus e coloca-Lo como obra porque Deus é o Supremo Artista e não obra. Deus faz suas obras sem enquadra-las em nossos padrões de beleza, sem idealizações do homem, sem esconder que “Fomos criados e não terminados” (CIC 302), portanto em construção, com uma potencialidade gigantesca para sermos melhores do que somos e corrigirmos nossos erros.
Estamos acostumados a idealizar pessoas, colocando-as acima de Deus, dando mais atenção as suas ações e procurando imitá-las ao invés de imitarmos a Deus, como bem exortava o apóstolo São Paulo “Sede meus imitadores como também eu sou de Cristo” (1 Cor 11,1). Deixamos de ter a Cristo como modelo de vida e colocamos em seu lugar pessoas famosas, que não se preocupam em dar um bom exemplo para aqueles que os observam de forma incessante. Não podemos nos esquecer que estes artistas vivem, na grande maioria, uma vida sem Deus, sem valores cristãos e alterando sua maneira de pensar inúmeras vezes para continuar nas mídias sociais, continuar sendo vistos e apreciados, continuar sendo seguidos por uma multidão de pessoas, esquecidas de que são filhos e filhas de Deus, são obras de
Deus, do Supremo Artífice. Escondemos de nós mesmos que elas são importantes e amadas por Deus porque são como são, não porque nós as idealizamos enquanto imaginamos que elas são perfeitas e que precisamos ser como elas.
Um dos maiores perigos é idealizarmos a nós mesmos, pensarmos que somos mais importantes do que os demais, precisamos ser o que somos, pessoas capazes de mais do que somos e fazemos, com algumas limitações é claro, mas sem mentiras, sem mentirmos para nós mesmos sobre nós, entendermos que a obra feita pela mão de Deus é obra de beleza sem igual. Deus faz o melhor sem erro algum, podemos pensar em uma falha de Deus ao lermos a citação do Catecismo da Igreja Católica que diz que Ele nos criou sem nos ter terminado, na verdade Deus fez isso providencialmente, estava em seus planos, pois, quando nos colocamos como alguém importante em nossa própria história de vida nos mostramos ser mais do que as obras feitas por mãos humanas. Enquanto as obras humanas estão presas às idealizações de seu escultor, Deus nos fez sem idealizações humanas; enquanto as obras humanas não podem ser nada além de sua forma original, Deus nos fez para que nós possamos nos desenvolver no decorrer da vida; enquanto as obras humanas não sentem absolutamente nada, Deus nos fez munidos de sentimentos que nos movem aos outros que são como nós, Deus nos fez para interagirmos e nos relacionarmos com os outros. Enfim, as obras humanas nunca serão como as obras de Deus e mesmo assim insistimos em ser mais parecidos com as obras humanas: presas a idealizações, sem capacidade de transformação pessoal e incapazes de sentir, ou melhor, pessoas ensinadas a guardar seus sentimentos para não demonstrarmos fraqueza alguma, como se demonstrar o que sentimos fosse sinal de fraqueza.
Portanto, alegremo-nos, pois temos um Criador, que por amor enviou seu Unigênito Filho para que nós o imitássemos capacitados pelo “O amor de Deus que foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5,5). Não somos obra da imaginação de alguém, muito menos expressões de idealizações, somos reais, convivemos com pessoas reais, com virtudes magnificas e limitações especificas, chamados a santidade, essa busca a santidade é que nos vai terminando nesta caminhada rumo ao Céu. Estamos esquecendo do nosso valor de filhos muito amados por Deus. Cuidado!
Senhor Deus, amaste a obra feita por tuas perfeitas mãos de Supremo Artífice, obra essa que é o homem, pedimos ao Senhor que nos dê a consciência de entender quem somos, nosso valor e de nos alegrar por sermos obras Tuas. Assim seja.
sexta-feira, 2 de agosto de 2013
SANTA MISSA PARA A XXVIII JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE HOMILIA DO SANTO PADRE
Copacabana, Rio de Janeiro Domingo, 28 de Julho de 2013
Amados irmãos e irmãs, Queridos jovens!
“Ide e fazei discípulos entre todas as nações”. Com estas palavras, Jesus se dirige a cada um de vocês, dizendo: “Foi bom participar nesta Jornada Mundial da Juventude, vivenciar a fé junto com jovens vindos dos quatro cantos da terra, mas agora você deve ir e transmitir esta experiência aos demais".Jesus lhe chama a ser um discípulo em missão! Hoje, à luz da Palavra de Deus que acabamos de ouvir, o que nos diz o Senhor? Que nos diz o Senhor? Três palavras: Ide, sem medo, para servir.
1. Ide. Durante estes dias, aqui no Rio, vocês puderam fazer a bela experiência de encontrar Jesus e de encontrá-lo juntos, sentindo a alegria da fé. Mas a experiência deste encontro não pode ficar trancafiada na vida de vocês ou no pequeno grupo da paróquia, do movimento, da comunidade de vocês. Seria como cortar o oxigênio a uma chama que arde. A fé é uma chama que se faz tanto mais viva quanto mais é partilhada, transmitida, para que todos possam conhecer, amar e professar que Jesus Cristo é o Senhor da vida e da história (cf. Rm 10,9).
Mas, atenção! Jesus não disse: se vocês quiserem, se tiverem tempo, vão; mas disse: “Ide e fazei discípulos entre todas as nações”. Partilhar a experiência da fé, testemunhar a fé, anunciar o Evangelho é o mandato que o Senhor confia a toda a Igreja, também a você. É uma ordem, sim; mas não nasce da vontade de domínio, da vontade de poder. Nasce da força do amor, do fato que Jesus foi quem veio primeiro para junto de nós e não nos deu somente um pouco de Si, mas se deu por inteiro, Ele deu a sua vida para nos salvar e mostrar o amor e a misericórdia de Deus. Jesus não nos trata como escravos, mas como pessoas livres, como amigos, como irmãos; e não somente nos envia, mas nos acompanha, está sempre junto de nós nesta missão de amor.
Para onde Jesus nos manda? Não há fronteiras, não há limites: envia-nos para todas as pessoas. O Evangelho é para todos, e não apenas para alguns. Não é apenas para aqueles que parecem a nós mais próximos, mais abertos, mais acolhedores. É para todas as pessoas. Não tenham medo de ir e levar Cristo para todos os ambientes, até as periferias existenciais, incluindo quem parece mais distante, mais indiferente. O Senhor procura a todos, quer que todos sintam o calor da sua misericórdia e do seu amor.
De forma especial, queria que este mandato de Cristo -“Ide” - ressoasse em vocês, jovens da Igreja na América Latina, comprometidos com a Missão Continental promovida pelos Bispos. O Brasil, a América Latina, o mundo precisa de Cristo! Paulo exclama: “Ai de mim se eu não pregar o evangelho!” (1Co 9,16). Este Continente recebeu o anúncio do Evangelho, que marcou o seu caminho e produziu muito fruto. Agora este anúncio é confiado também a vocês, para que ressoe com uma força renovada. A Igreja precisa de vocês, do entusiasmo, da criatividade e da alegria que lhes caracterizam! Um grande apóstolo do Brasil, o Bem-aventurado José de Anchieta, partiu em missão quando tinha apenas dezenove anos! Sabem qual é o melhor instrumento para evangelizar os jovens? Outro jovem! Este é o caminho a ser percorrido por vocês!
2. Sem medo. Alguém poderia pensar: “Eu não tenho nenhuma preparação especial, como é que posso ir e anunciar o Evangelho”? Querido amigo, esse seu temor não é muito diferente do sentimento que teve Jeremias – acabamos de ouvi-lo na leitura – quando foi chamado por Deus para ser profeta: “Ah! Senhor Deus, eu não sei falar, sou muito novo”. Deus responde a vocês com as mesmas palavras dirigidas a Jeremias: “Não tenhas medo... pois estou contigo para defender-te” (Jr 1,8). Deus está conosco!
“Não tenham medo!” Quando vamos anunciar Cristo, Ele mesmo vai à nossa frente e nos guia. Ao enviar os seus discípulos em missão, Jesus prometeu: “Eu estou com vocês todos os dias” (Mt 28,20). E isto é verdade também para nós! Jesus nunca deixa ninguém sozinho! Sempre nos acompanha.
Além disso, Jesus não disse: “Vai”, mas “Ide”: somos enviados em grupo. Queridos jovens, sintam a companhia de toda a Igreja e também a comunhão dos Santos nesta missão. Quando enfrentamos juntos os desafios, então somos fortes, descobrimos recursos que não sabíamos que tínhamos. Jesus não chamou os Apóstolos para que vivessem isolados; chamou-lhes para que formassem um grupo, uma comunidade. Queria dar uma palavra também a vocês, queridos sacerdotes, que concelebram comigo esta Eucaristia: vocês vieram acompanhando os seus jovens, e é uma coisa bela partilhar esta experiência de fé! Certamente isso lhes rejuvenesceu a todos. O jovem contagia-nos com a sua juventude. Mas esta é apenas uma etapa do caminho. Por favor, continuem acompanhando os jovens com generosidade e alegria, ajudem-lhes a se comprometer ativamente na Igreja; que eles nunca se sintam sozinhos! E aqui desejo agradecer cordialmente aos grupos de pastoral juvenil, aos movimentos e novas comunidades que acompanham os jovens na sua experiência de serem Igreja, tão criativos e tão audazes. Sigam em frente e não tenham medo!
3. A última palavra: para servir. No início do salmo proclamado, escutamos estas palavras: “Cantai ao Senhor Deus um canto novo” (Sl 95, 1). Qual é este canto novo? Não são palavras, nem uma melodia, mas é o canto da nossa vida, é deixar que a nossa vida se identifique com a vida de Jesus, é ter os seus sentimentos, os seus pensamentos, as suas ações. E a vida de Jesus é uma vida para os demais, a vida de Jesus é uma vida para os demais. É uma vida de serviço.
São Paulo, na leitura que ouvimos há pouco, dizia: “Eu me tornei escravo de todos, a fim de ganhar o maior número possível” (1 Cor 9, 19). Para anunciar Jesus, Paulo fez-se “escravo de todos”. Evangelizar significa testemunhar pessoalmente o amor de Deus, significa superar os nossos egoísmos, significa servir, inclinando-nos para lavar os pés dos nossos irmãos, tal como fez Jesus.
Três palavras: Ide, sem medo, para servir. Ide, sem medo, para servir. Seguindo estas três palavras, vocês experimentarão que quem evangeliza é evangelizado, quem transmite a alegria da fé, recebe mais alegria. Queridos jovens, regressando às suas casas, não tenham medo de ser generosos com Cristo, de testemunhar o seu Evangelho. Na primeira leitura, quando Deus envia o profeta Jeremias, lhe dá o poder de “extirpar e destruir, devastar e derrubar, construir e plantar” (Jr 1,10). E assim é também para vocês. Levar o Evangelho é levar a força de Deus, para extirpar e destruir o mal e a violência; para devastar e derrubar as barreiras do egoísmo, da intolerância e do ódio; para construir um mundo novo. Queridos jovens, Jesus Cristo conta com vocês! A Igreja conta com vocês! O Papa conta com vocês! Que Maria, Mãe de Jesus e nossa Mãe, lhes acompanhe sempre com a sua ternura: “Ide e fazei discípulos entre todas as nações”. Amém.
Fonte: http://www.vatican.va/holy_father/francesco/homilies/2013/documents/papa-francesco_20130728_celebrazione-xxviii-gmg_po.html
Amados irmãos e irmãs, Queridos jovens!
“Ide e fazei discípulos entre todas as nações”. Com estas palavras, Jesus se dirige a cada um de vocês, dizendo: “Foi bom participar nesta Jornada Mundial da Juventude, vivenciar a fé junto com jovens vindos dos quatro cantos da terra, mas agora você deve ir e transmitir esta experiência aos demais".Jesus lhe chama a ser um discípulo em missão! Hoje, à luz da Palavra de Deus que acabamos de ouvir, o que nos diz o Senhor? Que nos diz o Senhor? Três palavras: Ide, sem medo, para servir.
1. Ide. Durante estes dias, aqui no Rio, vocês puderam fazer a bela experiência de encontrar Jesus e de encontrá-lo juntos, sentindo a alegria da fé. Mas a experiência deste encontro não pode ficar trancafiada na vida de vocês ou no pequeno grupo da paróquia, do movimento, da comunidade de vocês. Seria como cortar o oxigênio a uma chama que arde. A fé é uma chama que se faz tanto mais viva quanto mais é partilhada, transmitida, para que todos possam conhecer, amar e professar que Jesus Cristo é o Senhor da vida e da história (cf. Rm 10,9).
Mas, atenção! Jesus não disse: se vocês quiserem, se tiverem tempo, vão; mas disse: “Ide e fazei discípulos entre todas as nações”. Partilhar a experiência da fé, testemunhar a fé, anunciar o Evangelho é o mandato que o Senhor confia a toda a Igreja, também a você. É uma ordem, sim; mas não nasce da vontade de domínio, da vontade de poder. Nasce da força do amor, do fato que Jesus foi quem veio primeiro para junto de nós e não nos deu somente um pouco de Si, mas se deu por inteiro, Ele deu a sua vida para nos salvar e mostrar o amor e a misericórdia de Deus. Jesus não nos trata como escravos, mas como pessoas livres, como amigos, como irmãos; e não somente nos envia, mas nos acompanha, está sempre junto de nós nesta missão de amor.
Para onde Jesus nos manda? Não há fronteiras, não há limites: envia-nos para todas as pessoas. O Evangelho é para todos, e não apenas para alguns. Não é apenas para aqueles que parecem a nós mais próximos, mais abertos, mais acolhedores. É para todas as pessoas. Não tenham medo de ir e levar Cristo para todos os ambientes, até as periferias existenciais, incluindo quem parece mais distante, mais indiferente. O Senhor procura a todos, quer que todos sintam o calor da sua misericórdia e do seu amor.
De forma especial, queria que este mandato de Cristo -“Ide” - ressoasse em vocês, jovens da Igreja na América Latina, comprometidos com a Missão Continental promovida pelos Bispos. O Brasil, a América Latina, o mundo precisa de Cristo! Paulo exclama: “Ai de mim se eu não pregar o evangelho!” (1Co 9,16). Este Continente recebeu o anúncio do Evangelho, que marcou o seu caminho e produziu muito fruto. Agora este anúncio é confiado também a vocês, para que ressoe com uma força renovada. A Igreja precisa de vocês, do entusiasmo, da criatividade e da alegria que lhes caracterizam! Um grande apóstolo do Brasil, o Bem-aventurado José de Anchieta, partiu em missão quando tinha apenas dezenove anos! Sabem qual é o melhor instrumento para evangelizar os jovens? Outro jovem! Este é o caminho a ser percorrido por vocês!
2. Sem medo. Alguém poderia pensar: “Eu não tenho nenhuma preparação especial, como é que posso ir e anunciar o Evangelho”? Querido amigo, esse seu temor não é muito diferente do sentimento que teve Jeremias – acabamos de ouvi-lo na leitura – quando foi chamado por Deus para ser profeta: “Ah! Senhor Deus, eu não sei falar, sou muito novo”. Deus responde a vocês com as mesmas palavras dirigidas a Jeremias: “Não tenhas medo... pois estou contigo para defender-te” (Jr 1,8). Deus está conosco!
“Não tenham medo!” Quando vamos anunciar Cristo, Ele mesmo vai à nossa frente e nos guia. Ao enviar os seus discípulos em missão, Jesus prometeu: “Eu estou com vocês todos os dias” (Mt 28,20). E isto é verdade também para nós! Jesus nunca deixa ninguém sozinho! Sempre nos acompanha.
Além disso, Jesus não disse: “Vai”, mas “Ide”: somos enviados em grupo. Queridos jovens, sintam a companhia de toda a Igreja e também a comunhão dos Santos nesta missão. Quando enfrentamos juntos os desafios, então somos fortes, descobrimos recursos que não sabíamos que tínhamos. Jesus não chamou os Apóstolos para que vivessem isolados; chamou-lhes para que formassem um grupo, uma comunidade. Queria dar uma palavra também a vocês, queridos sacerdotes, que concelebram comigo esta Eucaristia: vocês vieram acompanhando os seus jovens, e é uma coisa bela partilhar esta experiência de fé! Certamente isso lhes rejuvenesceu a todos. O jovem contagia-nos com a sua juventude. Mas esta é apenas uma etapa do caminho. Por favor, continuem acompanhando os jovens com generosidade e alegria, ajudem-lhes a se comprometer ativamente na Igreja; que eles nunca se sintam sozinhos! E aqui desejo agradecer cordialmente aos grupos de pastoral juvenil, aos movimentos e novas comunidades que acompanham os jovens na sua experiência de serem Igreja, tão criativos e tão audazes. Sigam em frente e não tenham medo!
3. A última palavra: para servir. No início do salmo proclamado, escutamos estas palavras: “Cantai ao Senhor Deus um canto novo” (Sl 95, 1). Qual é este canto novo? Não são palavras, nem uma melodia, mas é o canto da nossa vida, é deixar que a nossa vida se identifique com a vida de Jesus, é ter os seus sentimentos, os seus pensamentos, as suas ações. E a vida de Jesus é uma vida para os demais, a vida de Jesus é uma vida para os demais. É uma vida de serviço.
São Paulo, na leitura que ouvimos há pouco, dizia: “Eu me tornei escravo de todos, a fim de ganhar o maior número possível” (1 Cor 9, 19). Para anunciar Jesus, Paulo fez-se “escravo de todos”. Evangelizar significa testemunhar pessoalmente o amor de Deus, significa superar os nossos egoísmos, significa servir, inclinando-nos para lavar os pés dos nossos irmãos, tal como fez Jesus.
Três palavras: Ide, sem medo, para servir. Ide, sem medo, para servir. Seguindo estas três palavras, vocês experimentarão que quem evangeliza é evangelizado, quem transmite a alegria da fé, recebe mais alegria. Queridos jovens, regressando às suas casas, não tenham medo de ser generosos com Cristo, de testemunhar o seu Evangelho. Na primeira leitura, quando Deus envia o profeta Jeremias, lhe dá o poder de “extirpar e destruir, devastar e derrubar, construir e plantar” (Jr 1,10). E assim é também para vocês. Levar o Evangelho é levar a força de Deus, para extirpar e destruir o mal e a violência; para devastar e derrubar as barreiras do egoísmo, da intolerância e do ódio; para construir um mundo novo. Queridos jovens, Jesus Cristo conta com vocês! A Igreja conta com vocês! O Papa conta com vocês! Que Maria, Mãe de Jesus e nossa Mãe, lhes acompanhe sempre com a sua ternura: “Ide e fazei discípulos entre todas as nações”. Amém.
Fonte: http://www.vatican.va/holy_father/francesco/homilies/2013/documents/papa-francesco_20130728_celebrazione-xxviii-gmg_po.html
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