segunda-feira, 12 de agosto de 2013
DEUS É O SUPREMO ARTÍFICE DA HISTÓRIA
Muitos profissionais da arte tem suas obras eternizadas na história, e quando falo de arte penso em arte de todas as formas existentes e possíveis. Não é incomum encontrar relatos sobre estes artistas e estas obras, relatos de que suas inspirações foi um amor idealizado de alguém que eles sonhavam em conhecer e permanecer com este amor para sempre.
Interessante que também não é incomum ver nessas figuras repletas de idealizações ou modificações físicas: seja em esculturas onde imperfeições, segundo olhar e o critério de perfeito do próprio artista, são corrigidas pela sua própria vontade; seja em pinturas onde foi idealizado um amor não correspondido e até que não tenha nem mesmo passado da esfera da imaginação; uma bela música que exalta as virtudes e a beleza física e que ao mesmo tempo tenha sido omitido os defeitos da mesma.
Por qual motivo estou escrevendo tudo isso? Quando olhamos para Deus encontramos alguém que não se encaixa em nossos padrões de beleza, pois, nossos padrões são limitados para a grandeza de Deus e ultrapassamos a esfera do que é físico, abrimos o olhar e voltamos nossa atenção para o espiritual, até mesmo mais certo de existir do que aquilo que é visível. O filósofo Platão já sustentava este pensamento em sua hipótese do mundo das ideias. Mas não quero diminuir a Deus e coloca-Lo como obra porque Deus é o Supremo Artista e não obra. Deus faz suas obras sem enquadra-las em nossos padrões de beleza, sem idealizações do homem, sem esconder que “Fomos criados e não terminados” (CIC 302), portanto em construção, com uma potencialidade gigantesca para sermos melhores do que somos e corrigirmos nossos erros.
Estamos acostumados a idealizar pessoas, colocando-as acima de Deus, dando mais atenção as suas ações e procurando imitá-las ao invés de imitarmos a Deus, como bem exortava o apóstolo São Paulo “Sede meus imitadores como também eu sou de Cristo” (1 Cor 11,1). Deixamos de ter a Cristo como modelo de vida e colocamos em seu lugar pessoas famosas, que não se preocupam em dar um bom exemplo para aqueles que os observam de forma incessante. Não podemos nos esquecer que estes artistas vivem, na grande maioria, uma vida sem Deus, sem valores cristãos e alterando sua maneira de pensar inúmeras vezes para continuar nas mídias sociais, continuar sendo vistos e apreciados, continuar sendo seguidos por uma multidão de pessoas, esquecidas de que são filhos e filhas de Deus, são obras de
Deus, do Supremo Artífice. Escondemos de nós mesmos que elas são importantes e amadas por Deus porque são como são, não porque nós as idealizamos enquanto imaginamos que elas são perfeitas e que precisamos ser como elas.
Um dos maiores perigos é idealizarmos a nós mesmos, pensarmos que somos mais importantes do que os demais, precisamos ser o que somos, pessoas capazes de mais do que somos e fazemos, com algumas limitações é claro, mas sem mentiras, sem mentirmos para nós mesmos sobre nós, entendermos que a obra feita pela mão de Deus é obra de beleza sem igual. Deus faz o melhor sem erro algum, podemos pensar em uma falha de Deus ao lermos a citação do Catecismo da Igreja Católica que diz que Ele nos criou sem nos ter terminado, na verdade Deus fez isso providencialmente, estava em seus planos, pois, quando nos colocamos como alguém importante em nossa própria história de vida nos mostramos ser mais do que as obras feitas por mãos humanas. Enquanto as obras humanas estão presas às idealizações de seu escultor, Deus nos fez sem idealizações humanas; enquanto as obras humanas não podem ser nada além de sua forma original, Deus nos fez para que nós possamos nos desenvolver no decorrer da vida; enquanto as obras humanas não sentem absolutamente nada, Deus nos fez munidos de sentimentos que nos movem aos outros que são como nós, Deus nos fez para interagirmos e nos relacionarmos com os outros. Enfim, as obras humanas nunca serão como as obras de Deus e mesmo assim insistimos em ser mais parecidos com as obras humanas: presas a idealizações, sem capacidade de transformação pessoal e incapazes de sentir, ou melhor, pessoas ensinadas a guardar seus sentimentos para não demonstrarmos fraqueza alguma, como se demonstrar o que sentimos fosse sinal de fraqueza.
Portanto, alegremo-nos, pois temos um Criador, que por amor enviou seu Unigênito Filho para que nós o imitássemos capacitados pelo “O amor de Deus que foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5,5). Não somos obra da imaginação de alguém, muito menos expressões de idealizações, somos reais, convivemos com pessoas reais, com virtudes magnificas e limitações especificas, chamados a santidade, essa busca a santidade é que nos vai terminando nesta caminhada rumo ao Céu. Estamos esquecendo do nosso valor de filhos muito amados por Deus. Cuidado!
Senhor Deus, amaste a obra feita por tuas perfeitas mãos de Supremo Artífice, obra essa que é o homem, pedimos ao Senhor que nos dê a consciência de entender quem somos, nosso valor e de nos alegrar por sermos obras Tuas. Assim seja.
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