terça-feira, 5 de novembro de 2013

TODOS OS SANTOS, INCLUSIVE NÓS



Celebrar a solenidade de todos os santos é fazer memória daqueles que assumiram a participação na graça santificante de Deus, isso santo Agostinho ensina dizendo que “Deus quer fazer de nós outros deuses por participação sendo Ele por natureza”, purificando nossos corações e assemelhando-nos a Ele, “Todo o que espera n’Ele purifica-se a si mesmo, como também Ele é puro” (1 Jo 3,3). Pensando desta forma podemos entender o mandato de Deus a santidade: “Sede santos porque eu Iahweh sou santo, e como São Paulo ensina na carta aos Tessalonicenses que “a vontade de Deus é a vossa santificação” (1Ts 4,3). Portanto os santos são aqueles que ouvem o apelo de Deus na Sagrada Escritura, purifica-se no senhor que é “santo, santo e santo” (Is 6,3).

Quando Deus nos propõe esta participação de sua santidade é na verdade uma proposta a felicidade, uma nova opção, uma nova direção, um novo caminho, o caminho da “porta estreita que conduz a vida” (Mt 7,14), de uma “renovação de pensamento” (Rm 12,2), de mudança de conduta. A proposta de Deus é a felicidade que só n’Ele podemos alcançar.

Celebrar a solenidade de todos os santos é como festejar a nossa escolha por Deus, nossa decisão por Ele. Alguns religiosos quando professam os votos aos conselhos evangélicos (pobreza, obediência e castidade) mudam de nome, normalmente para o nome de algum santo, na festa litúrgica deste santo costuma-se dizer que este é o onomástico daquele religioso. Este dia é nosso, nosso onomástico, solenidade que nos une a comunidade bem-aventurada dos santos no Céu, fazemos isso nos lembrando da proposta de felicidade eterna do Senhor e de nossos compromissos batismais que é uma santa adesão e resposta positiva a esta proposta de vida.

O dia de todos os santos é o dia de lembrarmos do número quase incontável de santos e bem-aventurados liderados pela Rainha de todos os santos, mas não somente deles, é dia de lembrarmos de nós, batizados, que renunciamos o Demônio e suas obras e uma vez livres professamos a fé que da Igreja recebemos, razão de nossa alegria.

Não podemos esquecer que para sermos santos devemos ser mártires no dia a dia. O Senhor Jesus prometeu o Espírito Santo aos apóstolos dizendo que eles seriam “suas testemunhas” no mundo (Atos 1,8), a origem grega da palavra testemunho é martírio; o salmista diz que “Por causa de Deus que nos matam todo o dia e nos tratam como ovelhas de corte” (Sl 44,23); Jesus também disse que o “o Reino dos Céus pertence aos violentos” (Mt 11,12). Ou seja, não existe vida santa sem sacrifício.

Por fim, alegremo-nos nesta festa de todos os santos, alegremo-nos por sermos diferentes, alegremo-nos por “sermos chamados filhos de Deus” (1 Jo 3,1) e por pertencermos a Ele, como nos ensina o salmista na liturgia desta solenidade bendita: “Ao Senhor pertence a terra e o que ela encerra, o mundo inteiro e os seres que o povoam” (Sl 24,1), o mesmo salmo diz sobre nós, santos de Deus: “Esta é a geração dos que O procuram, dos que buscam Tua face, ó Deus de Jacó” (Sl 24,6).

O mundo precisa, como nunca antes precisou, dos santos, de nós santos, geração santa, “uma multidão imensa de gente de todas as nações, tribos, povos e línguas que ninguém pode contar” (Ap 4,9).

OU SANTOS OU NADA!


GUILHERME TELES - FUNDADOR

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